Veja a verdade sobre cada mentira proferida por Bolsonaro no Jornal Nacional

Veja a verdade sobre cada mentira proferida por Bolsonaro no Jornal Nacional
Foto cedida pela TV Globo/Jornal Nacional

Durante os 40 minutos de entrevista no Jornal Nacional, o presidente Jair Bolsonaro, como sempre, disse uma inundação de informações desleais e sem qualquer nexo com a verdade para evitar questionamentos que não fossem ao seu favor.

Pelo menos 19 fake news ditas pelo candidato à reeleição de extrema-direita e trouxe a verdade sobre tais afirmações mentirosas.

Bolsonaro disse que não agrediu o ministro com palavras, mas mentiu, ele chamou o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, de canalha.

Bolsonaro falou que inquérito da PF de 2018 aponta vulnerabilidade nas urnas eletrônicas, mentiu mais uma vez. Apuração da Polícia Federal e do Tribunal Superior Eleitoral afastou qualquer possibilidade de violação das urnas eletrônicas.

Bolsonaro diz que é perseguido por ministro do STF e que inquéritos que o investigam são ilegais. Faltou com a verdade. O STF tem sido acionado sempre que o presidente comete alguma ilegalidade, conforme previsão constitucional, encaminhando o fato para a Procuradoria-geral da República (PGR), como manda a lei.

Bolsonaro falou que quem decidirá se há transparência ou não no processo eleitoral são as Forças Armadas. Isso não verdade. As Forças Armadas não têm qualquer atribuição constitucional para realizar essa tarefa.

Bolsonaro disse que pedir golpe de Estado e fechamento do Congresso é “liberdade de expressão”. Mas é um crime. A Lei 1.802, de 1953, define os crimes contra o Estado e a Ordem Política e Social, e dá outras providências. O artigo 5º dessa lei diz que “Tentar, diretamente e por fato, mudar, por meios violentos, a Constituição, no todo ou em parte, ou a forma de governo por ela estabelecida” é crime passível de pena de três a dez anos de cadeia.

Bolsonaro falou que comprou vacina muito rápido antes de vários países. Mais uma vez mentiu. A Pfizer aguardou por 93 dias a resposta para 101 e-mails oferecendo seu imunizante. O presidente proibiu também o uso da Coronavac, desenvolvida na China com uma parceria com o governo de São Paulo.

Bolsonaro disse que os apresentadores tomaram a vacina que foi paga por ele, mentiu, a vacina foi paga com o dinheiro da União e não pelo presidente.

Bolsonaro falou que o  “lockdown durou mais de um ano” no Brasil. Mentira. Sequer houve, tecnicamente, lockdown no país. Nos momentos de maior explosão casos ocorreram fechamentos mais rígidos, mas que duravam poucos dias.

Bolsonaro disse que “lockdown serviu para contaminar mais pessoas em casa”. Mentira. Não há qualquer estudo no mundo que tenha revelado tal resultado.

Bolsonaro diz que “em menos de 48h chegaram os cilindros de oxigênio na crise de Manaus”. Tudo mentira. A CPI da Covid provou que o governo Bolsonaro soube da falta de oxigênio na capital do Amazonas oito dias antes da crise explodir e não fez absolutamente nada, deixando os cidadãos morrerem sufocados nos hospitais. A White Martins fez doação de oxigênio e o governo não providenciou o seu transporte para as vítimas que estavam morrendo em Manaus por falta de respiração

Bolsonaro disse que não imitou pacientes de Covid morrendo com falta de ar. Mentira. Há dois vídeos, um no cercadinho do Palácio Alvorada e outro numa de suas lives pela internet, que mostram o presidente debochando e imitando pessoas com falta de ar por conta da doença provocada pelo Sars-Cov-2.

Bolsonaro diz que “seu Auxílio Emergencial” impediu a morte de milhões de pessoas por fome. Mais uma vez mentiu. Seu governo e parte de sua bancada no Congresso tentou impedir a iniciativa. Ao notar que não seria possível, pois o parlamento o aprovaria de qualquer maneira, resolveu tomar para si a iniciativa. Seu governo, depois de muita insistência, aceitou dar R$ 200 para os beneficiários. Quem exigiu o valor de R$ 600 foi o deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG), por meio de um Projeto de Lei.

Bolsonaro diz que Nova York provou que ficar dentro de casa contaminava mais pela Covid do que saindo na rua. Mentira. Não há qualquer estudo, pesquisa ou teoria científica que comprove tal tese estapafúrdia de que isso ocorreu na maior cidade dos EUA.

Bolsonaro diz que “os números da economia são fantásticos no Brasil”. Não é verdade. O Brasil atravessa a maior crise socioeconômica de sua História. Nunca 16% da população passou fome severa e 56% de todos os brasileiros estiveram em insegurança alimentar. O dólar é o mais alto da história e a inflação é a pior desde a criação do Plano Real, há 28 anos, em 1994. Tem muitas pessoas velhinhas que pedem o benefício BPC e são negadas, e essas pessoas passam fome.

Bolsonaro diz que povo ribeirinho é quem ateia fogo na Amazônia. Mentira. Não há qualquer evidência sobre tal teoria, criada pelo próprio presidente e dita pela primeira vez numa Assembleia Geral da ONU.

Bolsonaro diz que seus ministros são todos escalados por critérios técnicos, sem qualquer pressão do Centrão para nomeá-los.Inverdade. Apenas para citar um caso, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, é um dos maiores caciques do Centrão e foi colocado no cargo por conta de uma condição imposta por esse grupo.

Bolsonaro diz que não há provas do caso de corrupção no MEC envolvendo pastores. Outra mentira. Dezenas de testemunhas, muitas delas prefeitos de quem os pastores exigiram propina, já depuseram à PF, assim como os funcionários do hotel que viram as barras de ouro recebidas pelos dois envolvidos no caso.

Bolsonaro diz que criou o Pix. Mentira. O sistema Pix começou a ser implantado no governo de Michel Temer e seus ajustes e início de funcionamento ocorreram na atual gestão, mas pelas mãos de uma equipe técnica do Banco Central, que é um órgão com autonomia e que não está subordinado ao governo federal.

Foram essas palavras mentirosas  proferidas pelo atual Presidente da República Jair Bolsonaro e candidato a reeleição para 2023.